segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

BANHANDO-ME NO RIO DA CIDADANIA

Artigo de autoria do comandante do 36º BPM/I, Tenente Coronel PM Humberto Gouvêa Figueiredo, publicado no Jornal "Gazeta de Limeira", em sua edição de 16/12.


(*) Humberto Gouvêa Figueiredo
A viagem que fiz ao Sul do Brasil foi inspiradora para mim.

Como já escrevi no texto da semana passada, nas Serras Gaúchas eu vi coisas que, embora simples, me fizeram ver o quanto a educação do povo contribui para que a cidade se organize e que as pessoas convivam em comunidade com mais harmonia e num espírito de paz.

Parece óbvio, e de fato é: as regras foram feitas para serem cumpridas e, se assim acontecer, tudo fica melhor para todos.

Hoje quero escrever sobre o que vi no trânsito das cidades que visitei.

Se tivesse que resumir o meu pensamento a respeito do tema, em uma única palavra, eu usaria RESPEITO!
Sim, o verbo respeitar, pelo menos nos lugares que visitei, é conjugado em todas as suas formas e pessoas. A prioridade no trânsito lá (e deveria ser em todo o lugar) é o pedestre.

Tomarei como base a cidade de Gramado/RS, que tem uma população fixa de 35 mil habitantes e cerca de 12 mil leitos de hospedagem para turistas, nas temporadas chega a receber mais de 1 milhão de pessoas e que foi um dos lugares em que passei.

É uma cidade pequena, com centro de compras e pontos atrativos de turismo muito concentrado, de modo que as pessoas andam muito a pé. Tinha tudo para ser um caos, mas não é!!!

E a explicação para não ser é o respeito: os pedestres são prioridade – carros e motos imediatamente param quando qualquer um do povo pisa na faixa de pedestre. Não importa se terão que esperar 15 ou 20 minutos nos cruzamentos de maior fluxo de pessoas: os motoristas de veículos automotores esperam calmamente, até que o último pedestre atravesse na sua faixa.

Pedestre só usa a respectiva faixa: não se verificam pessoas atravessando fora do espaço delimitado para fazê-lo.
Nos dias em que estive lá presenciei uma cena que marcou para mim o nível de educação dos gaúchos: um motorista (turista, é claro), com pressa, avançou sobre a faixa de pedestre, colocando em risco a segurança daqueles que atravessavam a rua. Imediatamente, o motorista do lado (um morador de Gramado) chamou a sua atenção e pediu para que respeitasse as regras de trânsito. Ele não esperou que um agente de trânsito ou um policial aplicasse a lei, e cumpriu o seu papel de cidadão.

Nem preciso dizer que as regras de circulação e de estacionamento rotativo são cumpridas com o mesmo rigor.
Enfim, no Sul eu me banhei no rio da cidadania. Será que é tão difícil aplicarmos as mesmas regras na nossa cidade? Vamos tentar?
(*)É tenente-coronel da Polícia Militar e comandante do 36º BPM/I


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