segunda-feira, 30 de setembro de 2013

VIVER EM SOCIEDADE IMPLICA EM LIMITES

Segue abaixo artigo publicado pelo comandante do 36º Batalhão de Polícia Militar do Interior, no jornal "A Gazeta de Limeira", na sua edição de hoje (30/09)



Os veículos de comunicação locais divulgaram com ênfase o episódio que ocorreu na área central de Limeira, próximo de um dos shoppings da cidade, na ocasião em que jovens (adolescentes e crianças) estabeleceram uma relação de conflito com a Polícia Militar, na oportunidade em que, cumprindo uma das suas atribuições constitucionais, representantes da Instituição tentaram estabelecer a ordem pública, desobstruindo a via pública que era interrompida indevidamente.

Crianças e adolescentes, naquela fatídica noite de sexta-feira, atiraram contra policiais militares que, friso,cumpriam a sua obrigação legal, pedras e garrafas de bebidas alcoólicas, possivelmente consumidas naquele mesmo local e, suspeito, adquiridas em estabelecimentos comerciais da própria região.

A ação dos jovens exigiu da Polícia Militar uma resposta operacional que se deu por meio de uma operação de controle de distúrbios civil e que culminou na apreensão de 4 adolescentes e na liberação da via, tudo dentro de um cenário de conflito, bastante negativo para todos, e que não é desejável numa sociedade que almeja uma cultura de paz.

O episódio, sob minha ótica, aciona o sinal de alerta: o que leva jovens a optar por um comportamento tão hostil? Será que os seus pais ou responsáveis sabem o que estão fazendo? Será que os responsáveis pelos jovens aprovam as suas condutas ou se omitem? Em que falsos heróis as crianças e adolescentes que conflitaram com a Polícia Militar se inspiram?

Tenho, de forma reiterada, enfatizado que a Polícia Militar não é, e nunca será, a exclusiva solução para os problemas da violência, da criminalidade e da segurança (ou da sensação de insegurança): ela faz parte de um sistema, que deve atuar articuladamente, mas ainda mais relevante, a sociedade tem um papel importantíssimo na busca de soluções para situações que, em última análise, repercutem nela mesma.

Para este caso, informo a todos que a Polícia Militar tem comportamento proativo, convocamos para uma reunião e a Instituição vai atuar multidisciplinarmente (com outros órgãos), com o objetivo de resolver pacificamente o problema.

Humberto Gouvêa Figueiredo é tenente-coronel da Polícia Militar, comandante do 36º BPM/I.

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