sexta-feira, 20 de março de 2015

PM EM FOCO (matéria publicada no jornal Gazeta de Limeira - edição de 16MAR15)

A Polícia Militar e sua atuação nas manifestações públicas.

Nosso país, em determinados momentos históricos, constata a eclosão de manifestações públicas, geralmente contrárias ao status quo em vigor, em oposição a determinado grupo governante, ou a favor de alguma causa específica. Nossa jovem democracia gradativamente vem aprendendo a lidar com as reivindicações dos mais variados grupos sociais.
No entanto, vale lembrar a suposta existência de um “contrato social”, no qual o ente político (o Estado, em todas as suas esferas: municipal, estadual e federal) garante direitos e os cidadãos (todos, sem exceção), cumprem seus deveres.
Quando os cidadãos, por alguma razão deixam de cumprir seus deveres, ou sua conduta porventura venha a desrespeitar direitos de outrem, cabe ao Estado atuar para garantir a concórdia (eis um termo clássico Hobbesiano).
Anteriormente mostramos neste espaço que o modelo de polícia adotado em nosso país (modelo de gendarme) faz uso da legítima força estatal, numa perspectiva Weberiana, com o intuito de manter uma determinada ordem social.
Devemos compreender, de uma vez por todas, que em qualquer democracia moderna, a existência da polícia é o que permite a perenidade de suas instituições, garante o cumprimento das Leis e evita que irrompa a barbárie na sociedade.
De viés civil ou militar, o corpo policial organizado (no mundo todo), atua em função das demandas da sociedade, sempre em busca de manter a ordem instituída. Para tanto, se necessário, utiliza-se da força.
No Brasil não é diferente: quando existem aglomerações públicas de cunho reivindicatório, tais reuniões são garantidas pela Constituição Federal (um direito, portanto) mas devem ser antecipadamente comunicadas às autoridades policiais (eis o dever do contrato social).
A função da Polícia Militar é estar presente para garantir a incolumidade física dos participantes dessas reuniões, que em princípio são vistas como pacíficas. Cumpre aos manifestantes fazer a sua parte: gritar palavras de ordem, exibir faixas com seus reclames, manifestar-se a valer, demonstrar seu sentimento, enfim.
Mas existe a Lei, e ninguém deve desrespeitar seus limites aproveitando-se do anonimato de uma aglomeração para a prática de delitos: sabe-se que o comportamento do ser humano, em grupo, difere sobremaneira de seu comportamento individual.
Desejamos que nunca mais existam, nessa construção da democracia brasileira, mártires como o digno cinegrafista Santiago Andrade, morto após ser atingido por rojão de manifestantes no Rio de Janeiro, em fevereiro de 2014.
O cinegrafista da TV Bandeirantes estava trabalhando.  Os Policiais Militares que atuam nesses momentos também estão desenvolvendo seu trabalho. Cidadão: exerça sua cidadania com consciência e respeito às Leis.

Capitão de Polícia Militar

Chefe da Seção Operacional do 36º BPM/I

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