Um batalhão de polícia igual, porém
diferente.
Apesar do título deste artigo aparentemente
remeter a um paradoxo em um primeiro momento, posso assegurar que não é bem
isso o que acontece com o batalhão da Polícia Militar sediado em Limeira/SP.
O Trigésimo SextoBatalhão da Polícia Militar
do Interior(36° BPM/I), designação técnica , é apenas mais um dentre tantos
outros existentes neste estado ; por
isso esse batalhão é igual aos demais. Aliás cabe um esclarecimento: a
estruturação dessa organização Policial Militar atende outras 7 ( sete )
cidades , dentre elas Araras, Iracemápolis , Cordeirópolis, Leme, Santa Cruz da
Conceição, Pirassununga e Conchal. É igual também em função de sua missão
constitucional da polícia ostensiva e responsável pela preservação da ordem
pública.
Entretanto, deve-se considerar que neste
batalhão há uma peculiaridade que talvez passe despercebidaamuita gente, uma
vez que aqui desenvolve-se uma escola de formação de soldados, ou seja, um curso
de formação específica, destinado a qualificar tecnicamente a Praça da Polícia
Militar de graduação inicial, para análise e execução, de forma produtiva, das
funções próprias de polícia ostensiva e de preservação da ordem pública, em
conformidade com a filosofia que norteia a polícia comunitária, conforme dispõe
a Lei de Ensino da Polícia Militar. Ainda assim, não é isso que o torna único à
medida que existem outros poucos batalhões com essa mesma atribuição, portanto
ainda igual a alguns outros.
Por que então o batalhãoseria diferente ?
A resposta está no fato de que aqui se
constroem pontes !
Não se engane o leitor ao imaginar que seriam
obras de engenharia que utilizam –se de materiais sólidos como aço, cimento, etc.;
dessas que vemos com frequência e ficamos maravilhados por conta das estruturas
magníficas. As pontes construídas aqui são constituídas de relacionamentos humanos, em função disso a polícia militar busca
aproximar-se da comunidade como talvez ainda não tenha acontecido em nenhum
outro lugar ao menos com tamanha intensidade. Eis aí o sucesso de algumas
empreitadas, que estão já há algum tempo sendo implantadas com ênfase especial
e que ensejaram verdadeiras quebras de paradigmas entre a comunidade regional
mencionada e a corporação policial militar.
As pontes que os policiais militares deste
batalhão constroem são sedimentadas primeiro na sobejamente conhecida Política
de Segurança Pública, composta daspolícias civis e militares , promotoria ,
justiça e sistema prisional; porém a novidade
é a ênfase no olhar instigante e
complementar quanto a Política Pública
de Segurança composta de ações governamentais nas áreas da educação,
urbanização, segurança, etc., nas três
esferas públicas de governo que afetam a qualidade de vida do cidadão. Por isso
não se trata de mera inversão ou jogo de palavras e sim da inauguração de um
novo paradigma quando se pensa em segurança na acepção ampla do termo e sob a
égide constitucional do direito social , conforme o artigo 6° da lei maior
deste país. O foco específico passa a ser a prevenção primária! Dividindo-se as
reponsabilidades com outros órgãos públicos fica mais fácil a gestão da
segurança e não se sobrecarrega tanto a polícia militar com demandas que não
lhe dizem respeito.
Absolutamente não são pontes que ligam o nada
a lugar nenhum como diz aquele velho clichê, repetido como mantra pelas pessoas
que não acreditam no otimismo. Ao invés disso, esses relacionamentos são
consagrados ao sucesso de uma corporação que tem como filosofia e estratégia de
trabalho, desenvolver a Polícia
Comunitária em todos os rincões deste estado pujante, por mais longínquos
que sejam, todos os dias e durante 24 horas . Por conta disso, nossas pontes
sempre ligam uma margem à outra e tem a finalidade de promover o encontro das
pessoas com a corporação e vice-versa , para que possa haver o compartilhamento
das expectativas, demandas e experiências.
Obviamente os policiais militares já formados
que prestam serviços neste batalhão, bem como os policiais ainda em formação
estão imbuídos da mesma filosofia e estratégia, por conta da capacitação
rotineira a que são submetidos, sejam praças ou oficiais.
Por tudo isso exposto e o contexto em que
isso ocorre neste momento,é que afirmo ser uma ótima oportunidade qualquer dia
desses, você vir nos visitar, nas reuniões denominadas de “ audiências públicas
“ ou ainda participando das reuniões dos Conseg( Conselhos de segurança ) ambas
realizadas com frequência e devidamente divulgadas na mídia, e assim
conhecer um pouco mais e melhor os serviços que prestamos à sua
segurança e de sua família .Juntos sempre podemos mais e melhor.
Concluo este artigo afirmando ser uma honra e
um privilégio servir no 36° BPM/I.
Claudio Roberto Sorge; Major da
Polícia Militar do Estado de São Paulo, bacharel em Psicologia pela
Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP), bacharel em Ciências Policiais
de Segurança e Ordem Pública pela Academia de Polícia Militar do Barro Branco
(APMBB), mestre e doutorem Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública pelo
Centro de Altos Estudos de Segurança (CAES), Comandante Interino do 36º BPM/I
em Limeira/SP.