Seguem abaixo dois artigos de autoria do comandante do 36º BPM/I, Tenente Coronel PM Humberto Gouvêa Figueiredo, publicados no jornal "Gazeta de Limeira em suas edições dos dias 07 e 14 de abril respectivamente.
É PRECISO RECONSTRUIR A SOCIEDADE
Em cada reunião que participo, em cada audiência pública que organizo, em toda oportunidade que tenho de ouvir as pessoas sobre temas afetos à área em que atuo, a segurança pública, fico cada vez mais preocupado com o modelo de relação social que se estabeleceu nos dias de hoje.
Um dos aspectos que mais me chama a atenção é a incapacidade que se instalou na sociedade para resolver problemas simples relacionados com a convivência harmoniosa entre os seres humanos: as pessoas não dialogam mais, não buscam a solução pacífica para a resolução de conflitos e, para resolver situações simples do dia a dia, o aparelho policial (em especial a Polícia Militar) é sempre chamado a intervir.
A impressão que tenho ao ver a sociedade moderna é a de que as pessoas desejam um "Estado policialesco", similar ao descrito no livro "1984" de George Orwell, onde o "Grande Irmão" controlava a tudo e a todos.
É fato que muitos querem que a polícia faça o papel de "lixeiro social", agindo de forma a tirar da frente de sua casa ou do seu caminho aqueles que eles acham que enfeiam o ambiente ou apenas lhe causa incômodo.
Definitivamente esta não é a melhor alternativa para criar a tão almejada "sensação de segurança" na nossa sociedade: ter um policial na frente de cada casa estabelecendo o controle sobre a vida de todos é algo utópico e indesejável e, certamente, traria muito mais prejuízos do que benefícios.
De outro lado, precisamos urgentemente reinventar as relações na sociedade: temos que nos respeitar mais, pregar valores que são positivos para as gerações mais novas, valorizar a experiência dos mais velhos, garantir uma distribuição de renda justa e equilibrada, dar à saúde e, principalmente à educação o reconhecimento que estas políticas públicas merecem, entre tantas outras medidas.
Já me manifestei várias vezes a este respeito, mas entendo interessante aqui também colocar: nas sociedades e nas cidades organizadas e estruturadas, onde as leis são respeitadas com naturalidade, a polícia é valorizada e sequer é lembrada e só age em situações extremas; ao contrário, onde tem-se relações interpessoais fraturadas e nas cidades onde os serviços não funcionam ou não atendem à expectativa da população, a Polícia é chamada a intervir em tudo, da briga de vizinhos à realização do parto da grávida, e sempre é tratada como despreparada ou incompetente.
O dia em que tivermos uma sociedade melhor teremos também uma Polícia melhor!
Amém!
Link do artigo: http://gazetainfo.hospedagemdesites.ws/site/index.php?r=noticias&id=25176
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PREVENIR É MELHOR DO QUE REMEDIAR
O ditado popular que dá título a este artigo, tão conhecido por todos, é realmente muito verdadeiro e tem validade também quando diz respeito à segurança pública.
As ações de prevenção, chamadas de primárias, são as que resultam de forma mais positiva na geração da paz e da tranquilidade, que tanto almejamos.
Estamos, de outro lado, acostumados com a ideia de que a repressão ao crime é o que de fato gera segurança pública, quando na verdade não é isso que ocorre: não que aplicar a pena de restrição à liberdade não seja a medida adequada diante da prática de crimes graves, mas a prisão, por si só, não resolve - basta ver que as taxas de reincidência criminal no Brasil, ou seja, o cometimento reiterado de crimes chega a quase 70%, de acordo com levantamentos feitos pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.
Acredito, e tenho motivos convincentes para isso, que prevenir o crime é a alternativa mais adequada para gerar segurança.
Com base nisso temos, à frente do 36º Batalhão de Polícia Militar do Interior, investido tanto em campanhas preventivas de segurança, como a realizada em parceira com as empresas de ônibus de Limeira e a de recebimento de denúncias anônimas, na realização de audiências públicas, na valorização dos Conselhos Comunitários de Segurança e no estabelecimento de um diálogo franco e verdadeiro com os veículos de comunicação, utilizando o poder da mídia a serviço da segurança pública.
Penso que temos que criar uma cultura de paz em nossa sociedade, e isso só será possível se as pessoas acreditarem nas Polícias e as reconhecerem como forças amigas.
Assim tem sido....e que assim sempre continue a ser.
Link do artigo: http://gazetainfo.hospedagemdesites.ws/site/index.php?r=noticias&id=25398
Link do artigo: http://gazetainfo.hospedagemdesites.ws/site/index.php?r=noticias&id=25398
(*)Humberto Gouvêa Figueiredo é tenente-coronel PM e comandante do 36º BPM/I.
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