segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

UMA POLÍTICA DE TRÂNSITO QUE PRIORIZE O PEDESTRE

Artigo de autoria do comandante do 36º Batalhão de Polícia Militar do Interior, Tenente Coronel PM Humberto Gouvêa Figueiredo, publicada no Jornal Gazeta de Limeira, edição de 13/01



Humberto Gouvêa Figueiredo
 
Durante todo ano passado, aqui na nossa cidade, um número expressivo de vidas foram ceifadas em decorrência de acidentes de trânsito. 

As estatísticas oficiais do ano de 2013 ainda não foram fechadas, mas devemos registrar um grande número de mortes de pessoas por acidentes de trânsito, e boa parte delas muito jovens, que partiram vítimas da imprudência de motoristas mal preparados, negligentes, imprudentes, alcoolizados ou drogados.

Para ter uma ideia da gravidade disso, morreram quase 5 vezes mais pessoas nas ruas e calçadas de nossa cidade e nas rodovias que nos cercam, do que em decorrência da violência urbana tradicional (já que as mortes e lesões no trânsito também são  formas de violência).

Algum tempo atrás escrevi a realidade com que me deparei no estado do Rio Grande do Sul, mais precisamente na cidade de Gramado, onde o respeito às regras de circulação e estacionamento chegam a impressionar.

Será que somos incapazes de aplicar aqui o que acontece em Gramado?

Será que o nosso nível de educação é tão baixo que não nos é possível cumprir regras, que no fundo são normas de convivência social?

Confesso que me assusta contabilizar tanta gente morrendo...

Precisamos de uma política pública adequada para a gestão do trânsito, que tenha por princípio a precedência do pedestre em detrimento dos veículos.

Temos que urgentemente abandonar a cultura segundo a qual o automóvel é sinônimo de poder e de força e que, por tais razões, acaba prevalecendo.

Todo sistema de trânsito deve ter como base a prevenção de acidentes e não serem utilizados como fonte de receita pública: sim, me refiro aos radares que devem ser implantados em regiões onde os acidentes ocorrem com mais frequência e não em locais que sirvam apenas para surpreender e penalizar financeiramente os motoristas.

A fiscalização deve ser ampliada e campanhas educativas devem ser realizadas initerruptamente, tendo como público as crianças, os adolescentes e os adultos.

Será que é tão difícil? Penso que não e coloco a Polícia Militar à disposição para salvar vidas!   

 
É tenente-coronel da Polícia Militar e comandante do 36º BPM/I





Seção de Comunicação Social do 36º BPM/I

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